Nos idos de 1996, a Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino aluga o prédio de nº 400 localizado à Av. Santa Catarina com a finalidade de ali implantar um de seus terreiros. Antes da locação realizada pela instituição passaram por lá dois terreiros de umbanda, sendo um deles do falecido Roberto Getúlio de Barros, Roberto Guarantã, como ficou conhecido. O que ganha relevância na história de Pai Rivas, pois o mesmo, no início de sua adolescência, frequentara as giras de Roberto Guarantã, onde incorporou o caboclo Urubatão da Guia. Logo, o local tinha vínculos íntimos com a trajetória do fundador da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino.
Francisco Rivas Neto - Sacerdote, Mago e Médico
(julho de 1950 - maio de 2018)
Babá Rivas Ty Ògìyàn no Ilé Funfun Àṣè Awo Oṣo Òògun, em 2017.
É com alegria que a OICD apresenta um breve resumo histórico do sacerdote Francisco Rivas Neto. Um cidadão brasileiro casado, formado em medicina, pai de 7 filhos consanguíneos. Mais do que isso, genitor de centenas de filhos espirituais na condição de sacerdote das religiões afro-brasileiras por mais de meio século. Não é por menos que ficou conhecido como Pai Rivas, Mestre Arapiaga e, finalmente, Babá Rivas Ty Ògìyàn.
Desde o início da sua vida, esteve ligado às religiões afro-brasileiras por conta de seus pais biológicos. Começou sua trajetória no Candomblé, ao ser iniciado nele por Pai Ernesto de Xangô (Babalawo Obá Omolokan Adê Ojubá), que também fazia sua encantaria e candomblé de caboclo. F. Rivas Neto foi para a umbanda traçada, onde foi iniciado também por Pai Antônio Romero e Pai Roberto de Guarantan. Depois de passar por essas escolas das religiões afro-brasileiras, encontra-se com seu derradeiro mestre – W. W. da Matta e Silva (Mestre Yapacani), permanecendo com ele por décadas. Com Mestre Yapacani recebeu sua iniciação na Umbanda Esotérica, e mais: foi alçado a sucessor dessa raiz no final da década de 1980.
Ao transitar pela história, lembramos que nos anos 2000 inicia a realização de 7 ritos por semana. Cada dia dedicado a uma linguagem das Religiões Afro-brasileiras. Trata-se do início de um grande projeto que se consubstanciará em 2003: a FTU – Faculdade de Teologia Umbandista, única instituição de ensino superior autorizada, credenciada e reconhecida pelo MEC (Ministério da Educação) a formar teólogos das religiões afro-brasileiras. Dentro do projeto da FTU, Pai Rivas passa a nominá-la Faculdade de Teologia com ênfase nas Religiões Afro-brasileiras e funda o Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-brasileiras. Em 2013 inicia um processo de deslocamento físico de sua residência para a cidade de Itanhaém, na Baixada Santista. Logo depois funda 3 terreiros: Ilé FunFun Àṣè Awo Oṣo Òògun, Ilé Oká 7 Estradas e TUO (Tenda de Umbanda Oriental / Templo Universal de Orunmilá-Ifá). Em 2017 refunda seu terreiro mais antigo como um barracão e o batiza como Ilé Oká 7 Lajedos, deixando sua esposa, Maria Elise Rivas – Íyá Bê Ty Ogodô, como sacerdotisa responsável.